Huawei participa de encontro sobre tecnologia digital na América Latina na era do 5G
Enfatizando a importância da formação profissional para o desenvolvimento das novas tecnologias digitais, a Huawei, multinacional líder em infraestrutura para Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e dispositivos inteligentes, participou, nesta terça-feira, 6 de dezembro, do Tech Forum Latam, evento realizado pelos veículos Convergência Digital (Brasil) e Evaluamos (Colômbia).
Na abertura, a jornalista Ana Paula Lobo enfatizou a importância do encontro multissetorial e internacional diante dos desafios dos países latino-americanos em promover a transformação digital. O primeiro painel, moderado por ela e por Orlando Rojas Peres, do portal Evaluamos, contou com a participação de Atílio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas da Huawei para a América Latina e o Caribe.
Ele abordou a necessidade urgente de qualificação profissional para o mercado de TIC, um obstáculo que pode diminuir a competitividade do setor nos próximos anos. “O desenvolvimento do 5G depende de mão de obra qualificada”, alertou.
“Segundo dados do IDC, até 2025, teremos uma demanda, no continente, de 2,5 milhões de postos de trabalho não atendidos por falta de profissionais especializados. Só no Brasil, segundo dados da Brasscom, esse número chegará a 790 mil”, informou Rulli.
Para tentar minimizar a situação, a Huawei organizou um grande programa global de capacitação chamado Tech4All, presente nos 170 países onde atua. “Oferecemos treinamentos e certificações para os mais diversos públicos, desde aquele jovem que nem estuda e nem trabalha, até universitários, por meio de parcerias com instituições e governos, em áreas sensíveis como Inteligência Artificial, cloud computing, redes e Internet das Coisas”, explicou.
“Os governos têm sua importância na formulação de políticas educacionais, mas a iniciativa privada também deve assumir seu papel que é o de complementar e ajudar na criação de novos talentos para o ecossistema digital. Essa é uma demanda da sociedade como um todo”, refletiu.
Ao final, Rulli falou sobre a importância do conceito de nação digital, referindo-se aos países que têm políticas unificadas de transformação digital. “O Brasil, por exemplo, tem vários programas, porém falta uma visão única que abarque todas as esferas governamentais e sociais e não somente iniciativas fragmentadas em um ministério ou agência. Países com uma visão mais ampla, como os programas Digital Malásia ou Alemanha 4.0, têm a cúpula governamental como liderança nesse processo”, disse.
No debate, Atilio Rulli estava acompanhado por Sandra Urrutia, ministra de Tecnologias de Informação e Comunicação da Colômbia, Carlos Baigorri, presidente da Anatel, Paola Bonila Castaño, diretora executiva da Comissão de Regulação das Comunicações da Colômbia, Guilhermo Sepúlveda, especialista da Divisão de Estudos e Política Regulatória da Subsecretaria de Telecomunicações do Chile, Alfonso Gómez Palacio, CEO da Telefónica Hispam e José Bicalho, Diretor Regulatório da Conexis.
A inteligência das coisas e as tendências pós-5G
O Tech Forum Latam também contou com a participação de Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei, que apresentou uma reflexão sobre o 5.5G e o 6G, previstos para chegar já em 2025. “A sexta geração será baseada em inteligência”, disse. “Ao invés de você ter a Internet das Coisas, você terá a Inteligência das Coisas”, afirmou.
O executivo frisou, no entanto, que é necessário antecipar aspectos importantes para que o sistema possa se desenvolver em todo o seu potencial. Com a expectativa de que, em 2025, a atual velocidade de 1 gigabit/segundo passe a 10 gigabits/segundo, de forma ubíqua, fabricantes, fornecedores, governos e desenvolvedores precisam trabalhar de maneira sinérgica e coordenada”, salientou.
“Há quatro pontos importantes que devem ser considerados: a definição de padrões, a coordenação entre todas as tecnologias de acesso, as políticas públicas para as redes existentes e o desenvolvimento de aplicações que atendam às demandas dos usuários”, disse.
“Precisamos garantir que produtos e serviços consumidos em larga escala possam ser adquiridos em qualquer lugar”, afirmou. “Também precisamos de redes inteligentes e automatizadas, capazes de corrigir falhas e de aprender. Isso faz parte dos padrões que estão sendo desenvolvidos globalmente”.
O executivo explicou o impacto dessas mudanças no cotidiano das pessoas. “Nesse cenário, uma residência que atualmente tem quatro ou cinco equipamentos conectados, passará a ter 150 ou 200. Parece muito para uma casa, mas isso ocorrerá na medida em que os eletrodomésticos se tornem cada vez mais conectados”.
Outra tendência importante é a manutenção de redes fixas. “Hoje em dia fala-se em F-5G (Fixed 5G) e de FTTR (fiber-to-the-room), redes de fibra óptica de ultra velocidade e baixa latência para ambientes residenciais, escritórios e indústrias”.
Ao contrário do 5G, que é mais voltado para o B2B, o 6G terá o usuário como foco. “Há uma expectativa de que a rede 6G atenda mais os usuários, com o surgimento, por exemplo, de redes sensoriais ou tácteis e de imagens holográficas sem a necessidade de telas ou de óculos de realidade virtual”.
“São soluções em busca de problemas”, afirmou. “Quando o 4G começou, ninguém imaginava que os serviços de streaming se tornariam tão populares”. Os serviços de 5G e de 6G serão desenvolvidos da mesma maneira e as redes precisam estar preparadas para isso”, finalizou.
O Tech Forum Latam aconteceu em Brasília e foi transmitido em tempo real no YouTube. Para assistir às palestras na íntegra, visite este link.