Wearables e aplicativos de saúde avançam com uso de IA e gamificação
O mercado global de dispositivos vestíveis deve movimentar US$118,16 bilhões até 2028, segundo a consultoria Fortune Business Insights, impulsionado pela demanda por soluções de saúde preventiva e bem-estar. A combinação de inteligência artificial (IA) e gamificação em wearables e aplicativos móveis tem reforçado o engajamento dos usuários e ampliado o alcance dessas tecnologias.
Plataformas como Fitbit e Strava popularizaram desafios diários, rankings e recompensas virtuais que incentivam a prática regular de atividades físicas. Pesquisa da Health Enhancement Research Organization indica que usuários que participam de desafios em grupo têm 50% mais chances de atingir metas de condicionamento físico.
“A gamificação tem se mostrado uma ferramenta poderosa para motivar usuários, tornando o monitoramento mais interativo e envolvente”, afirma Rafael Franco, CEO da Alphacode, desenvolvedora de aplicativos para saúde, fintechs e delivery.
O uso de IA nesses dispositivos permite mais do que a simples coleta de dados. Algoritmos identificam padrões de comportamento, ajustam recomendações e enviam alertas personalizados, como lembretes para pausas ou orientações sobre a intensidade dos treinos. “A inteligência artificial permite uma abordagem mais estratégica no monitoramento da saúde, tornando as recomendações mais assertivas e eficientes”, acrescenta Franco.
Fabricantes como Apple e Samsung já incorporam sensores capazes de medir níveis de oxigênio no sangue e detectar arritmias cardíacas. No Brasil, startups desenvolvem soluções integradas a planos de saúde corporativos e, em alguns casos, ao Sistema Único de Saúde (SUS), criando novos modelos de prevenção e acompanhamento remoto. Essas iniciativas ajudam a reduzir custos hospitalares e ampliar o acesso a cuidados, sobretudo em regiões com infraestrutura médica limitada.
Franco projeta um cenário de maior personalização e integração entre dispositivos e aplicativos, combinando dados de saúde, metas individuais e incentivos lúdicos. “As empresas que souberem unir gamificação, inteligência artificial e personalização terão vantagem competitiva nesse mercado em expansão”, conclui.
O avanço das tecnologias vestíveis impõe às empresas o desafio de garantir que inovações sejam acessíveis, seguras e capazes de gerar benefícios concretos para o dia a dia, equilibrando conveniência, precisão e privacidade de dados.