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Para a AT&T, modelo de negócios com celulares subsidiados está perto do fim

Muita gente gosta de trocar de celular todo ano, e não estou discutindo os preços envolvidos. É um sentimento normal querer sempre estar atualizado, e durante muito tempo as fabricantes de aparelhos de alimentaram desse desejo dos usuários, graças às operadoras que realizam acordos de certa forma generosos de fidelidade, onde um usuário compra um aparelho com um desconto generoso em troca da compra de um plano de dados e telefonia gordo (que no fim das contas paga o valor que falta do celular), que após um determinado tempo daria direito a um desconto na aquisição de um celular mais moderno.

As fabricantes se alimentaram desse modelo de negócios por quase 15 anos, mas segundo o CEO da AT&T Randall Stephenson ele está com os dias contados.

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Durante uma conferência de investidores em Nova York nesta semana, Stephenson disse que com os smartphones representando 75% de todos os celulares, as operadoras em geral serão obridagas a sair do “modo de vendas” para o “modo de manutenção”, de modo a manter os usuários com seus respectivos planos. Com isso um cenário onde os dispositivos mudam todo ano se tornou impraticável para manter um plano de subsídios a longo prazo, até porque se todo mundo já tem planos pós, para quem vender?

É evidente que essa realidade não é regra no Brasil, onde os planos pré-pagos ainda vendem bem, mas lá fora a história é outra. Quando todo mundo tem smartphones não faz sentido para a operadora vender aparelhos subsidiados, pois estaria trocando seis por meia dúzia e pior, como você vende um novo plano igual para um usuário de sua própria rede? A AT&T já está invertendo a situação: ao invés de oferecer aparelhos novos com desconto, a operadora está propondo descontos nos planos para quem permanecer com um aparelho antigo. Outro plano da operadora é o Next, que permite que o usuário troque o smartphone a cada 12 ou 18 meses pagando o valor cheio dele parcelado, sem qualquer outra taxa. Caso optem por estender a troca do aparelho até o prazo limite (18 ou 26 meses respectivamente), os usuários ainda mantém o aparelho antigo.

Embora esse modelo de negócios tenha beneficiado tanto os fabricantes quanto as operadoras, hoje é um fato  que só uma parte esteja em situação melhor: marcas como Apple, Samsung, LG e Nokia vendem milhões de devices todo ano, mas obviamente isso não se reflete em planos. Ao invés de vender um mega plano de 10 mil minutos, 50 GB de dados por mês e um iPhone de 5s de 200 reais atrelados à uma conta mensal de R$ 700 (valores figurados), é muito mais simples para as operadoras oferecerem outras vantagens aos clientes que não sejam descontos em aparelhos que eles acabarão pagando da mesma forma. Com ou sem subsídio.

Fonte: TC e CNet.  Via MeioBit

Fernando Vieira

Engenheiro de Computação, atuando no desenvolvimento de software a 16 anos, blogueiro iniciante e geek nas horas vagas. Atualmente possui um celular Galaxy Note 3. Gamer nas horas vagas, é fã da série Dragon Age, Mass Effect, The Elder's Scrolls.